Muito interessante como podemos nos enganar com o aparente
ou constatar que aquela velha frase " nem tudo que parece é" se
aplica em vários momentos de nossas vidas.
Ontem, ao sair do meu apartamento e entrar no elevador, me
deparei com uma imagem afixada no interior do mesmo e que arrancou de imediato
um pensamento alto; "Meu Deus! O síndico enlouqueceu.
Os meus olhos viram um folheto com a imagem de uma
mulher com curvas fartas que estava com as nádegas de fora. Falando no popular,
vi uma mulher com sua bunda imensa de fora. Neste contexto , vocês tem que
concordar que não era para menos meu espanto e minha expressão -"Meu Deus!O síndico enlouqueceu."
Óbvio que quis entender o porque daquele folheto e que aviso condominial estaria se
referendando àquela imagem.
Na verdade, ao olhar com calma inquietante e curiosidade exacerbada
vi que estava diante da figura de um
homem tocando violoncelo. É isso mesmo! um violoncelo
, que na posição apresentada parecia as nádegas volumosas de uma mulher.
Depois de rir muito e já fora do elevador, continuei a
pensar sobre o equívoco ocular, de como meus olhos me enganaram. Comecei a
devanear sobre a vida fazendo um paralelo ao episódio. Refleti de como muitas
vezes nos enganamos com as pessoas, com
o trabalho, ou até mesmo com uma simples transação de compra. Quem já não conheceu
alguém que lhe parecia ser uma coisa e depois se revelou outra? Ou desejou o
emprego dos sonhos e depois de conquistá-lo viu que não era bem assim? Comprou
algo pela revista ou internet e ao chegar a mercadoria o objeto era bem
diferente do anunciado? Sim , pelo menos uma vez na vida já passamos por algo assim.
Mas, da mesma forma que ao olhar com mais atenção a imagem do
elevador pude vê-la no seu real, creio que talvez, possamos evitar nos enganarmos com o irreal se pararmos e fixarmos nossos olhos
as situações, ao contexto a nossa volta, não reagindo ou nos atirando de imediato ao aparente . Talvez possamos nos poupar de espantos como o que tive e
não ir, de cara, crucificando o síndico, chamando-o de louco.
Aprender a parar e olhar com calma para além do que é apresentado, nos poupará de desgastes ou
possíveis sofrimentos. E quem sabe até nos fará rir.