terça-feira, 10 de junho de 2014

Poesia

"Fui crime, hoje sou poesia"


Da janela do ônibus que trafegava na Av. Rio Branco, vi na parte de trás de uma banca de jornal localizada na altura da Rua do Ouvidor, um grafite com a frase; “ Fui crime, hoje sou poesia”.

Continuei  meu trajeto, mas a frase ficou estacionada em minha mente - “fui crime, hoje sou poesia”. Ao chegar a Cinelândia, minha parada final, desci do ônibus e como de costume fitei o Teatro Municipal a minha frente com contemplação. Olhei para sua cúpula e reparei  que nela estava escrito poesia.

Será coincidência a poesia se fazer presente em uma frase, numa palavra no mesmo dia?
Fiquei a pensar... Veio-me o pensamento; Eu sou poesia, jamais serei crime.

E no caminhar apressado do centro da cidade, mais pensamentos povoaram minha mente. Como do nada, me imaginei com uma lança e escudo a tentar me proteger do mal. 

Em vários momentos de nossa vida nos vemos a  protegermo-nos  com toda a força, mas neste ímpeto de defesa muitas vezes acabamos por ferir ao outro, e talvez a ferida se faça com lanças muito mais poderosas que a das armas. Ferimos com palavras, verdades que cortam a alma.

De repente entendi a frase, a palavra e meu pensamento  - Não posso, mesmo me protegendo , ser crime pois, eu sou poesia.
Lê Gomes

Eu sou poesia ao enxergar beleza nas coisas simples da vida.
Eu sou poesia quando os pássaros pousam em minha janela nos meus momentos de maior tristeza.
Eu sou poesia quando a natureza me presenteia com o desabrochar de flores no meu jardim.
Eu sou poesia quando abro sorrisos com meus amigos.
Eu sou poesia por desejar um mundo melhor.
Eu sou poesia por amar, sempre amar.
Eu sou simplesmente poesia.

Não posso ser crime, por isso não deixarei a amargura em mim. Não posso ser crime, então não me igualarei ao pior. Não posso ser crime deixando de ser quem sou. Não posso ser crime. Que a poesia continue a estar em mim.

E você se é crime, faça como o artista de rua, vire POESIA.


Lê Gomes


QUERIDINHA DO MÊS